"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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9 de ago. de 2011

Expo James Kudo e Aline Van Langendonck na Zipper







A primeira exposição individual de James Kudo na Zipper Galeria será inaugurada no dia 13 de agosto (sábado), a partir das 12h. Em Topofilia, o artista apresenta 10 obras inéditas especialmente concebidas para a mostra, entre elas 9 pinturas e uma escultura. Até 10 de setembro.
As obras de James Kudo lidam com memória e esquecimento, matéria e ausência, lugar e deslocamento a partir da representação de paisagens. Nascido em Pereira Barreto (antiga cidade de Novo Oriente, construída por imigrantes japoneses na década de 1920), o artista presenciou a construção da usina hidrelétrica de Três Irmãos, que deixou submersa uma grande parte da cidade.
As lembranças estilhaçadas dessa cidade são o tema das pinturas de James Kudo e aparecem fragmentadas, imitando uma colagem – do mesmo jeito que funciona nossa memória.
São recorrentes alguns símbolos em sua obra: ossos, troncos infestados por líquens, pássaros, tijolos que podem ser rearranjados e construir qualquer coisa, o crânio humano e, claro, a usina – alusões ao ciclo da vida. Há espaço para a representação das fórmicas que revestiam balcões e armários à época de sua infância e das toalhas de mesa. Há algo de kitsch nessas referências e na tentativa de fazer um material passar-se por outro – uma pintura que imita a fórmica que imita a madeira, por exemplo.
Sobre este aspecto de sua obra, Marcelo Campos comenta que “James vai em busca da ancestralidade oriental, deixando, em sua arte, as marcas destes objetos de imitação, das coisas de brinquedo. Por isso, chega ao tradicional, mas encontra interpretações contemporâneas do orientalismo: plásticos, contacts, alto brilho, folhas imitando madeiras (...)”
James Kudo graduou-se em Design Gráfico pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1990 e estudou na Art Student League, em Nova York, de 1992 a 1994. Dentre suas várias exposições destacam-se individuais nas galerias Laura Marsiaj (Rio de Janeiro, 2009), PromoArt (Tóquio, 2008 e 2004), Dan Galeria (São Paulo, 2007 e 2001) e coletivas no SESC Pinheiros (Realidades / Desenho Contemporâneo Brasileiro, 2011), Museu de Arte Moderna de São Paulo (Projeto Parede: Grupo Cada-ver, 2011), Memorial da América Latina (Entre Oceanos - 100 Anos de Aproximação entre Japão e Brasil, 2008), Pinacoteca do Estado de São Paulo (Nipo Brasileiros no Acervo da Pinacoteca, 2008), e Centro Cultural Banco do Brasil (100 Anos de Arte Nikkey do Brasil, 2008). James Kudo possui obras nas coleções da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Coleção Itaú e Coleção SESC.

13 de agosto abertura às 11 h
De 13 de agosto a 10 de setembro, 2011
Rua Estados Unidos. 1494 - SP


Funcionamento
Seg-Sexta: 10 às 19h
Sábado: 11h às 17h

+55(11)4306-4306







Exposição no espaço superior e Intervenção na Fachada da Zipper






ALINE VAN LANGENDONCK


Em Perto Longe, Aline van Langendonck lida com a visualidade de limites estrangulados da cidade e cria uma obra que se beneficia do residual, das lateralidades e do sorrateiro. A artista também assina a primeira intervenção na fachada da Zipper Galeria, criando uma peça da série Paisagem Milimetrada: quadrantes de tom azulado revelam grides superpostos, serigrafias sobre vinil adesivo que exibem um desenho vivo, com uma movimentação virtual pelo espaço.



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