"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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14 de jul. de 2011

NO FIO


A mulher
A Europa inteira
Sem muros altos
Na brisa do vento
Sem mais nem por que...
Berço verdejante
Terra aguada, mas que nada!
Em vaso de barro escarlate
Ninfeta, menina exubera
Num mundo de vermes e nefastos
Infantes de plástico estufados fálicos
Nos cafés de Paris e no baixo Leblon
Nos subúrbios e casas de luxo
Crescer e morrer, replantar semear
Viver no fio da faca humana
A mulher
Essa Europa Inteira...




cíntia thomé





Foto: Paris, Amour

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