"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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11 de jul. de 2011

NADA DE CONCRETO


Nada de concreto
as almas se encontram nesses guetos
no verde da terra de um mundo árido
nada imaginário, nada sanguinário
há o ferro a queimar paixões
derreter ao sol os meus braços abertos
por que não?Pousa pássaro.
abra o coração
canteiro sem obras
afinal espero há séculos
estática, insanamente
como objeto de luxo
como sonho de beber-me
como sonho a paixão
um beijo líquido
no céu da minha boca
afinal são meus braços abertos

Cíntia Thomé












Foto:@autoriacintiathome escultura Franz Weissmann/1975- Cantoneiras
- em frente ao MAM - SP

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