"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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9 de jun. de 2011

CENTRAL


Vago pela contemporaneidade
Desde que nasci estou dentro dela
Entre demarcações, retas
Paralelas, oblíquas
Equações, soma dos raios
Quadrados quartos
Trilhos, fios elétricos
Noites neon

Modernidade que me encontro
No vácuo procuro humanamente
Um ponto central de amor
Ou uma referência tua
Sublinhar subjetiva (?)

Resgato minha memória
Entre vírgulas, demarco
Traço-te, te recordo meu
O espaço é de chuvas
Ferve no asfalto
Refletido meu corpo convexo
ensolarados passos
saltos coevos
Sem ver teu rosto concavo
Qualquer esboço conexo
Lado a lado

No vão
alegre da recordação
não ecoa tua chegada
nem a partida fria
só o silêncio das cidades
sem slogans e notícias
campo abstrato

Na roda do tempo, velocidade
Inimiga, perversa extrema
nas curvas falha o pensamento
dirijo sem destino


cintia thome









CENTRAL (de Cíntia Thomé)
@ autoria Foto CíntiaThomé - Flickr
http://www.flickr.com/photos/cintiathome/

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