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(Júlio Rodrigues Correia)
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(Júlio Rodrigues Correia)
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28 de abr. de 2011
Inteiro, meio partido na partida...
Inteiro, meio partido
venha buscar-me
luz, luz, venha fosca
meus olhos morrem, estão morrendo
dentro deles só o contorno
de um corpo
sim, um corpo que senti
amei, esqueci e amei tanto
vivo, um quase meio morto
fases da vida de vida
que não menti
a um lobo já velho arcado
venha sorrateira
de soslaio
como faróis da madrugada
como aquela que balançávamos o carro
quando flores, quando jovens
meia escuridão, todo arfar, todo tanto
venha luz
traga o delírio de ser cega cega
desintegrar-me
do sôfrego amor
onde meu corpo era um só
dele e o meu, esguios
sorrisos iluminados
da meia noite, a meia luz
venha luz, erradia
pois estou ao meio
da meia noite, sem dia
nem mais meio dia, dia e meio
no contorno daquele corpo
também ao meio de mim
debruçado na memória
tão perto, tão pedaço,
tão ao meio
nesse meio ido
partido
na minha partida...
luz!
cintia thome
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