"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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13 de fev. de 2010

GRÃOS DE AREIA


Foto:Malibu, por Cíntia Thomé



GRÃOS DE AREIA

Acordo nas manhãs
Como farelo, desintegro
Em areia
nesse mar que poderia
Ser feminino
Veste o manto das senhoras
Haveria mais compreensão
Ah! Mar.. a-mar...amar...


És o oceano, o mar
Dentro de mim
Arrebatando-me
A lágrima maior
Dissolve-se
Mistura-se aos porquês
No masculino mar
Seu mistério
Ah! Mar que amo,
Leve consigo
grãos meus
De todos os ‘eus’
Ondas devorarão
A minha verdade

Que pássaros ‘Cher Ami’
Levem meus pensamentos
Um retrato,
A própria carta
De meu corpo diluindo
Morrendo de amar
Os grãos perdidos
A lembrança esculturada
Ao meu Amor
Ah! Mar.. a-mar...amar...
Mar...


Cíntia Thomé


















.IMAGEM: MALIBU USA/ ARQUIVO E AUTOR CÍNTIA THOMÉ

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