"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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16 de out. de 2009

LIBERTO DO PASSADO





Não crie barreiras
Força desnecessária tente e venha
Sem rodeios, sem freios, nada
Mas venha gentil e sem perdões
Cordões e sem elos mesmo que já partidos
Mas venha. Sem estórias e glórias
Dissipe vinganças, teu mal resolvido teorema
Sem mágoas, sem águas passadas, tão pequenas
Venha desfeito das inconseqüências e carências
Das dúvidas, das dívidas, venha. Limpo
Jogue tua carne, o teu resto aos leões
Refaça sua carne, venha
rebrote e seja a verdade
da minha terra tenra
Em sua pétala maior
Orvalharei, regarei
orvalho, o meu
minhas lágrimas e meu suor
Entre beijos frescos
mas venha nu venha
totalmente
nu





Cíntia Thomé























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imagem: google

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