"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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17 de out. de 2009

aqui e não ali







Quero tocar a parede
Das noites desgastadas
Com meus ombros
a qualquer esquina
Da vida que esfola, esfola
a espera de você
Quero usar batom,om...om..
Com meus carnudos lábios
Lamber a vontade dos teus
bebo todos o líquidos
sais e minerais on the rocks
liquidificadores , liquidi -fica-dores
de ti e de mim
Minhas mãos rasgando
Tua respiração, teus poros
De sede, na rede, ah...sede
Ver-me assim tão madona,
Dona, dona...
Dona de ti com as pontas dos saltos
Nos corredores e labirintos e becos
E ouvir de tua garganta
que ficas comigo
Assim apaixonado
Sem falar, sim a uivar
A dor desse amor..om...om...om
Ei você, amor
Não contenha, não recue
Pare aqui e nunca mais ali
Aqui e não ali
as sedas de meus dedos
de rede...as rendas..a rede...
em tuas mãos se rendem...
Para que eu ria, ria
do quanto tempo, quanto
Tanto, tanto, tanto
Rir, rir até de manhã
Nas manhãs tardias
Roucas
de sede...sede...
De ti e de mim
Coração...


Cíntia Thomé











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