"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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15 de out. de 2009

BLUE



BLUE


Quando havia fechado todos os livros
Todas as janelas
Todas as estórias
Todos os atos
Insanos e sãos
Todas as cortinas
E em exaustão no palco
Ribalta adormecida
Uma luz blue
fez-me viva
Brilhei com os dentes em purpurina
Prata... estrelas de ouro
Sim, ouro... esta dei da casa!
Vinho carmim para matar a sede
O sangue jorrou desse coração
Uma cascata reapareceu
Espumante brindando, amando!
Esse forasteiro viajante de volta
Surgiram flores, camélias nos cabelos
Emanando o cheiro de Amor
Em cada gesto, salto, em cada passo de dança
Mas alguém ofuscada infeliz
gritava que não
E assim se fez o fim
ultima dança
No camarim, em lágrimas
Murchava, desvanecia
Estrela morta
Descabelada revolta
Ribalta anoitecia
Em perfume Blue
Gardênia



Cíntia Thomé




















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