"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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17 de set. de 2009

a ferro e fogo





a ferro e fogo


Roube-me as chaves do tempo
Do peito que te esperou
Rasgue as cortinas dobradas
Devasse
Veja a luz escondida
Não doerá aos olhos
A palavra marcada
O ferro e fogo
Teu nome
Em tempo e há tempos
sempre novo dia
Esquentarei tua mão, teus dedos
Tua garganta
Com meus lábios
Abertos
Rompo meu silêncio
Um beijo
meu fogo
Ficarás sem fala
Ofegante
sem dizer
mais nada
e em meus braços
caia
em alívio
que ainda há tempo
de não morreres
no frio
na escuridão
na solidão
e ter também
um amigo



cintia thome
























Imagem: www.olhares.com - pipia

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