"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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29 de ago. de 2009

IMAGINÁRIA





IMAGINÁRIA

Não há de esmorecer a rosa
Que curva sonolenta e acata
Destino dos ruins, malevolência
Com o ímpeto de chegar a mão
Do cavaleiro elegante errante
Não há de vir
Olhar a florescência minguando
Despencando suas asas pétalas
Esfarfalhada a farfalhar em choro
Há sim de chegar o dia do arrebatamento
De ouvir as sinetas ao longe
No minuto de silêncio e consentimento
Servir-se da beleza enfeitada
E ouvir o anuir na manhã
Escaldada, perfumada, radiante
Cheirar o lírio da negra lapela
E deixar cair em botão
A rosa She de Charles Aznavour
Que escarmenta e delira
Presença do carecido beijo derradeiro
Sem que machuque a tez
Cansada, fatigada quase apétala
Maquiada pelo sorriso, redesenhada
Da comparecência, chegada
O cavaleiro dos tempos longínquos
Sem armaduras e sisuda face
Tocando suave mão
Nas cordas da lira dos anjos
Anunciando tempos libertos
sem balelas e sequelas
Apresentando-se em querência
em pelo nu
Sem malícias aparvalhadas
Sem cruel ato de ir-se
arrastando aroma
De morta flor, abate
imaginária princesa
uma angema




cintia thome






Existe um híbrido das Rosas Na França
que se chama Charles Aznavour.(click)




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