"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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30 de jun. de 2009

DESEMBARACE-ME OU ESTANCA-ME



DESEMBARACE-ME OU ESTANCA-ME


Ramalhetes, ramas, tramas
Rasteiras, rameiras rastejantes
ramos entrelaçados, bordados
Embaraçados, ligados relevos
Avessos, reversos, travessos
Versos submersos grudados
enredados, emaranhados
Um drama!
Paredes com sede
Cimento sentimento
Sugando, absolvendo
Lamaçal, lama
Absortos na vida
Enganos embaixo dos panos
Desenganos nos anos de ida
Não posso, estão no poço
Seco, não alcanço
Limbo, limo limão, arde
Resgate, sem encontro
Medo seria cedo
Já é tarde
Caule?
só espinhos molhados
Entre ninhos, nichos, imundo
Coração fundo, profundo
Rachas, rachaduras
Uma haste
Sustentável
Não se arranca ou estanca
Dobrada fenda
Nos versos candura
Entrelinhas amor
Veias sangue
Nas linhas,
ramas duras
Dor

cintia thome







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