"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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14 de jan. de 2009

O CORPO CAI





O CORPO CAI

As uvas amadureceram
Caíram como muros de Berlin
Como torres nada gêmeas
Uma só, de Babel
Aos pés
Podre do cinismo da vida
Desmorona pequena alma
Desmancha laço, abraço
Mas enforca
pés paralisados
Última lança à chance
Corta o ínfimo orgulho
A luz apaga
Sufoca
no fim dos túneis
nas veias
Ribalta assassina
Morre bailarina
No ato último
No horror
Na dor
Dor.

Cíntia Thomé


DOMINGO PÉSSIMO

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