"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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10 de out. de 2007

RÉSTIAS DAS ÁGUAS






RÉSTIAS DAS ÁGUAS

Atalho
Do olho, água doce
Em verdes talos
Flores do amor
Na pele de moça
Tranças de mel
Da roça
Do castelo de marmelo
Lençóis da esperança
Em nós para agarrar
Amar

Caem frutos
Dos galhos
Atalhos, nós
Soluça dor
Rola água
Do ferrolho
Calho
Amarelo olho
Sem marmelo
Molhado
Em réstias de alho
Tranças, sal,
Cascalhos.

Cíntia Thomé

1982.


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