"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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5 de nov. de 2016

DENTRO DA POESIA


 DENTRO DA POESIA

eu calma como ela
só alma
procuro
uma notícia

 eras a poesia!
ah poesia viva! Onde estás?
se nas minhas costas andavas
sorrateiro
humano?

 você me via e eu sentia
você sabia
sempre soube da
minha agonia
sim, sim, derramo palavras
um alento
no lamento

 mas e a notícia?
eras a poesia
como não achar
o nome, seu nome
aquele que amava pai
 irmã e pai de seu irmão?

 aquele que não faltava
nas igrejas, no juramento
dias e noites
luz e escuridão
na eucaristia?

 grite meu nome
como manchete de segunda-feira
na mão de Fátima
na cruz, no fel, no pão
Meu Deus, não!

pois grita meu coração
dentro da poesia
Filho!

Onde estás poesia?


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