"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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21 de out. de 2011

SILENCIOS


vou ao pó da estante da memória
dos rolos e rolos de filmes
há tanto tempo esquecidos
se houver remake será em pasteis
não haverá som das alegrias
mas o silencio conta a minha estória
de todas as glorias e sofrimentos
todos os amigos articulam bocas
dançam sobre mim
nas alegrias da saudade
E eu tumulada em meu silencio
esperando o despertar
não há como prever meu levantar
Ou o meu parar
se estou como um relógio devagar
num silencio há tanto tempo
num quarto vazio de amor
sem festas
sem emoções
sem viventes contentes
sem que eu consiga
viver mais um capítulo
nesse quarto vazio
eu e o relógio
pulsando em caixas
silêncios empoeirados
longe do mundo



cintia thome






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