"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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15 de ago. de 2011

GALERIA ANDRÉ EXPOE NOVE ARTISTAS DE VANGUARDA






No cenário da arte brasileira, a Galeria André na Rua Estados Unidos, 2280, São Paulo, é participante ativa no processo de desenvolvimento do mercado. Há décadas acolhe gerações de artistas e incentiva o surgimento de colecionadores e amantes das artes, através de exposições periódicas e projetos educacionais/ culturais. Hoje a Galeria André é uma das galerias mais tradicionais, sérias e atuantes no Brasil.

Sendo fiel ao perfil de atuação da Galeria e no trabalho de formação de um quadro de artistas contemporâneos, a jovem Juliana Blau, optou por reforçar o compromisso da André com a pintura e a tridimensionalidade. Desta forma a atual e recente diretora da galeria elegeu essas mídias para realizar um trabalho instigante com artistas emergentes e já conhecidos, repletos de novas idéias, discursos e disposição para explorar as infinitas opções que ainda existem dentro desses campos.

Desde sua fundação, a galeria também se especializou em obras de arte de artistas renomados como Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Bruno Giorgi, Carlos Araujo, Carlos Scliar, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Di Cavalcanti, Frans Krajcberg, Guignard, Hector Carybé, Manabu Mabe, Orlando Teruz, Roberto Burle Marx, Sonia Ebling e Tomie Ohtake.

A nova direção que a Galeria André começa a seguir a partir da Exposição 'Paraíso', com curadoria de Sonia Skroski, no próximo dia 16 de agosto de 2011,20 hs, que é como um renascimento, motivado por um acontecimento específico e sua recriação deve ser entendido como parte de um movimento maior de ampliação no mercado de arte contemporânea no Brasil.
Nesta época, em que a abertura de galerias de arte nas principais cidades brasileiras é abundante, a André cogitou ampliar a gama de artistas e abusar um pouco da modernidade.

A mostra enfatiza a emergente inovação de um espaço contemporâneo que visa atualizar a tradição e dar continuidade às artes dentro de um novo caminho. Paraíso pode ser um novo início, uma transição, uma renovação, um novo conceito.
Artistas novos foram pesquisados com empenho, por indicações, em visitas aos ateliers, análise de obras, um verdadeiro garimpo. E desta procura foram selecionados nove artistas que farão parte da exposição. O tema abrange mais do que nossa imaginação pode chegar. As obras são inéditas, criadas especialmente para a mostra.
A escolha dos participantes demonstra jovialidade das obras e dos artistas. O tema foi escolhido para proporcionar uma performance peculiar e densa dentro do universo de cada um.

Sintetizando a arte de nossos dias, os jovens que participam da exposição Paraíso são o resumo da vanguarda, são os agentes da arte contemporânea, atualíssima. Emergem de um mundo novo, virtual, exatamente como quer a Galeria André. Antigas e novas técnicas se mesclam, novos formatos e conceitos artísticos atuais confundem-se com as velhas paletas de cores, o tradicional com o novo. O Paraíso das artes!

André Crespo tem suas obras marcadas pelo hiper-realismo que transita entre o cotidiano da cidade e brumas de uma só tonalidade, que é sua marca registrada. Seus trabalhos retratam imagens de grandes metrópoles, pessoas e edifícios e situações corriqueiras e peculiares. A sua concepção de Paraíso é o momento da tinta, da paleta, da criação.

Clarice Gonçalves
são trechos, frases, traduções literárias, leituras e diálogos que são consumidos por muitos de nós no dia a dia. Seu Paraíso é um estado de espírito, a escolha de um crescimento interior a cada experiência vivida, a cada pincelada.

Eduardo Kobra desenvolve obras que misturam o traço do grafite rico em sombra, luz e brilho. São trabalhos que permitem ao público interagir intelectualmente com a obra. No momento desenvolve trabalhos voltados para a comunidade global completamente difusa e com pinceladas firmes e cores absolutas retrata o choque cultural de nossos dias em nosso país. Seu Paraíso está totalmente voltado a dar sustento à diferença de classes.

João César de Melo é, aparentemente, um artista abstrato. Mas na verdade faz composições que possuem elementos, traços e cores com os olhos do arquiteto que é. Suas telas possuem elementos focando pequenas estruturas seguidas por linhas sutis. O Paraíso para João está em seu ambiente criativo, onde se entrega a experimentações e ao amadurecimento intelectual.

Luisa Ritter
já se aventurou da colagem ao desenho e partiu para a pesquisa por referências, principalmente fotografias. Sua inspiração atual encontra-se nas fotografias de sua família dos anos 1960 aos 80, onde as cores eram diferentes e os ângulos nada comuns, como pessoas, roupas e carros, casas e árvores, morros e praias do sul. O suporte atual utilizado são capas de discos antigos, de LPs. O Paraíso de Luísa instala-se na no encontro do homem com a natureza.

Marco Stellato escolheu o mundo dos carros antigos como sua temática principal. Mas sua técnica começa a transportar seus traços para os reflexos destes carros em ônibus, edifícios e outras superfícies. Com estilo objetivo e marcadamente detalhista executa suas telas quase como câmera fotográfica que registra sua constante preocupação com as possibilidades do enquadramento. Seu Paraíso é concreto, mas se distorce e torna-se etéreo e abstrato como imagina que ele seja.

Paulo Queiróz tem o desenho como aliado em qualquer técnica que desenvolva. Seja nanquim, óleo, pincel atômico, lápis, o desenho é o senhor de suas obras. Paulo não tem uma temática definida. Passa do urbano ao retrato, de uma brincadeira de criança aos pingos da chuva, com grande facilidade. O amor e a paz representam seu Paraíso.

Rafael Resaffi
é um retratista de cenas urbanas da cidade de São Paulo. Registra momentos, movimentos, cores, luzes e reflexos do dia a dia na cidade. Traços rigidamente perfeitos mostram as mudanças nas avenidas e ruas da capital paulistana. A sutileza de seu caminho em direção ao Bairro do Paraíso demonstra sua imaginação milimetricamente planejada. Seu Paraíso é a urbanidade retratada de forma hiper-realista nas constantes transformações da Avenida Paulista.


Rodrigo Cunha
pode ser definido como artista da pós-modernidade. Sua pintura retrata as coisas simples de uma casa, de um canto da cidade, homens e mulheres em situações corriqueiras. Tem uma pincelada quase pueril que contrasta com sua técnica realista e bem trabalhada. Seu Paraíso é exatamente o que transporta para suas telas. Uma vida simples, coisas boas como uma cerveja e uma varanda com uma bela vista.

Paraíso
é uma mudança quase radical na Galeria André. Não por acaso a temática vem definir o estado da nova diretoria que continua uma tradição e inova ao mesmo tempo. Depois de 52 anos de existência a renovação de poderes não poderia ser mais significativa do que a representação de Paraíso.


exposição 'Paraíso'
Galeria de Arte André

16/08 VERNISSAGE AS 20 HORAS
de 17/08 a 17/09 2011


Rua Estados Unidos, 2280
01427-002, São Paulo, SP
Segunda à sexta das 10h às 20h
Sábado das 10h às 14h
Tel/Fax: (11) 3081-6664, 3081-9697 e 3083-4887

E-mail: infoarte@galeriandre.com.br
10 às 20hs e aos sábados das 10 às 14hs.



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