"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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1 de jun. de 2011

RODAS DE UM AMANHÃ


As rodas do tempo esticam os braços
Minha pele esfolia todo dia, todo dia
Cresce, cresce a verdade
Da ausência de amor aqui dentro
Do meu lado, lado errado
Do avesso, tão certo, certo
Lá fora, lá fora o sol arde, arde
Labaredas, fogo na minha estória
Tão longe, tão perto sem memória
Larga é a vida assim sem ti
Meu coração cresce, cresce
Rasga meu coração e estoura o dia
Lacrimeja a agonia
Engole os sonhos navios,
Na chuva, no escuro navega pavio
Apaga a vida, o sono sem sonho
Sinto tanto frio!
No dia, no dia, toda noite
No sono sem sonho tão largo
No escuro de ti
na estória de palavras banais
de nós assim distantes
Na noite as rodas do tempo
quem sabe só mais um amanhã,
só um
Ou outro parta






cintia thome







































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