"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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11 de fev. de 2011

ATOS



ATOS

Como não cambalear
no meu ultimo ato
O teu ultimo abraço
primeiro de tantos outros passados
uma sincera vibração
fez-se laço
no canto do olho
a cor boba transparente
umedecia a mais bela metamorfose
paisagem de nossos corpos
turbilhão dos atos
virgens, imaculados
como não recordar
a viagem de tua mão
sobre meus dedos
sublime, leve
sem a palavra não dita
sem a corda partida
sem o farfalhar de tua despedida
no ato vazio
desfe-se, sonho volátil
desce no canto do olho
a dor transparente úmida
na morte da esperança
jaz meu amor
a extrema gota d’água
última


Cíntia Thomé










"Não há mais nada a lamentar quando os corpos já não permanecem
com um único coração...o amor é vazio"








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