"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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10 de set. de 2010

PEDRA DE SAL


PEDRA DE SAL

Meu homem, minha florescência
Minha exuberância, minha inconsciência,
Minha efervescência, virtudes de apaixonada
Há tanto tempo
Minha carência, minha louvação
Sem paradigmas, vicissitudes
Eterna ânsia resguardada

Toque-me,
Deslize sua mão à pedra de sal
Tão branca como a noiva nas escadas
No silêncio do bouquet de chorosos lírios
Choram tanto tempo olhando o que passou
E que sempre, sempre amou

Entrego-me
Assim lhe dou a porção mágica
Em sua mão o doce sal, salina
Na distância, mas em coração e pensamentos
Dei-lhe proteção sem tempo e razão
O que foi uma tresloucada doida de paixão.

As cinzas que tão breve voarão
Como andorinhas em sublime revoada
Através do tule
Que um dia eu olhava e me condenava
Sem volta, sem rota, sem direção
Cinzas, cinzas... Sal...
Talvez chão, talvez não
Sem pousarem mais em sua mão
Nunca mais poção

Cíntia Thomé




'Ah! Alma minha
não, não vá
Não tens o direito de partir
Pois viva para mim
Ainda que em sonho
Ainda que passado
Ainda sempre
Florescência bonita de ti
A minha...a nossa...' (Cíntia Thomé)







E a mulher de Ló olhou para trás e tranformada numa estátua de sal".
(Gênesis 19:24-26)

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