"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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18 de abr. de 2010

ÁGUA DA VIDA


Imagem:Guaecá, Direitos autorais @Cíntia Thomé



ÁGUA DA VIDA

Por ti farei água
Amassarei com leveza nuvens
Chuva para refrescar a sua luta de viver
E alguns raios de sol para ver sua alegria
Regarei seus jardins de rosas e jacintos
E colherei tão viçosas e coloridas
Para entregar em suas mãos
Lavarei os caminhos
Para que mire o melhor deles
Farei água até de mim
Que com os anos, os sonhos;
Esse tempo esperando parada e sem ti
Fiquei pedra dura
Uma montanha, rocha forte e sozinha.
Mas a hora já existe,
Exigência das luas e sóis
Passaram todos e tantos ventos
A rosa tem os ponteiros para o mar
Assim abro veios, estreitas margens...
Meus olhos choram, choram por ti.
Inda um alento, um último desejo;
Em pensar em ti
E possa por feliz dar-se
Que lavo seu rosto com límpida água
Da alma e corpo
Água da minha vida
Pela vida sempre
Minha
E seu sorriso lânguido
Eu vou sentir




Cíntia Thomé


2007




Imagem:Guaecá, Direitos autorais @Cíntia Thomé

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