"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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22 de set. de 2009

FRAGILIDADE



Meus dedos estão escondidos
Não aponto mais defeitos
Nem ao menos eles dizem alguma coisa
Gesticular, contar estórias
Acariciar
Unhas vermelhas
Sem anéis não arranham
Não revidam ódio ou amor
Mãos que transparecem
a fragilidade
do tempo
Peço apenas
Que não sejam mais machucadas
Não merecem
acidez das línguas
E que não me levem a pele
E não as toquem com luvas
De pelica
Seria mais
um tapa

Cintia Thomé








Imagem : Catarina Cruz- www.olhares.com - apenas divulgação.

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