"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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17 de jul. de 2009

do sempre que te quis





DO SEMPRE QUE TE QUIS

No ralo das entranhas
Vão todas as lembranças
Da carne em fogo o suor do amor
Arrepios no ventre ao teu toque lascivo
Tua mão, veludo de teus dedos
Em minha pétala maior
O cavalgar desabrochando a vontade
Do sempre que te quis
Nossos beijos na ardência apetecidos desejos
Da contemplação dos olhos em meus olhos
Embevecida em arfares teus tantos
Os momentos sublimes dos atos e desatados nós
Em movimento das amarras de peito ao peito
Dos gritos da volúpia salivas da paixão
Do sempre que te quis
Assim tão sangue do teu sangue
O doce na ferida desse amor
Que ainda exalo cheiro
Belisca minha pele arde bate dentro de mim
Sinto a felicidade os teus risos
Vejo ainda estrelas
Teus pelos serpenteando guizos
Do sempre que te quis
Tua mão na minha toques de amor
Arrepios fremem minhas mãos estremecem
Meus olhos distantes pedem os teus tão longe
Meus lábios mordidos ainda molhados tem sede
No ralo das entranhas
Vão todas as lembranças
Do sempre que te quis
Desse Amor Maior
Que ainda sinto tanto
Tanto.


Cintia Thome

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