"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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23 de jun. de 2009

HOJE A LUA NÃO BRILHA NO MAR



HOJE A LUA NÃO BRILHA NO MAR




Dedico a Maria Ines na praia...perda imensa



Os faróis piscam, sentem sua falta
As velas abaixam semi apagadas
Velejam devagar navios
pavios no silêncio
As ondas lentas mordem a areia
Levam um pedaço de ti
Brincavas com as crianças
Fazias corações de Mãe
Com o nome de suas belezas
Bolos com palitos
Sorvetes perdidos
Festejando a arte
Renovação, o reciclar da vida
alegria e seu sorriso
Navegavas com seu olhar
Pra longe, além mar
Avistavas suas meninas
Seu cuidado e amor infinito
À tarde caminhavas entre grãos
Com os pés à beira do mar
Nas rendas de sal a procura da razão
De o verde mar escurecer azul negro
se era cheio de conchas
pérolas, cavalos marinhos e corais
Como se fosse céu da noite sem estrelas
Mas sabias
Haveria uma estrela atrás das montanhas
Embaixo do mar
e além das suas nuvens de pensar
que te acolheria...
Agora seguras uma ponta, uma mão
Como filho seu, nosso
sua felicidade estelar como no mar que viveu
meu agradecimento comovido aqui e lá...
com certeza alento das meninas
nas areias em roda a brincar
Translúcida Mãe exemplar
Perde assim a lua seu lugar
Hoje sem brilho no mar




CINTIA THOME




Dedico a Maria Ines na praia...






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21-06-09

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