"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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9 de fev. de 2009

COMO TODA LENDA




Meus olhos estarão sobrevoando
Um oceano azul
À procura de outras barbatanas
Asas que mergulharam
Fugindo de mim
Sou pássaro e ele peixe
Meu corpo será anzol
Para que ele venha me dar suas mãos, asas
Estou no alto do edifício
Quase afundando neste abismo
morrendo... como toda lenda
Sem saber de ti
Noites azuis
Manhãs purpurinas
canto, canto teu nome
renasço olhando ostras
volto à busca de ti
Quero te salvar das profundezas
Pois andas morrendo... como toda lenda
Afogando tuas mágoas
Em copo d’água
Nos labirintos das algas
Destilando venenos
Preciso que você
que tenha forças nas asas
E salte ao céu e me agarre
Terei corda para te salvar
E assim voaremos
Juntos
Somos diferentes
Homem e Mulher
Peixe e Pássaro
temos sonhos iguais
podemos viver no ar
Resvalando o mar
Alados, atrelados, estrelados
No azul do amar
Como toda lenda
de amar
de céu e mar
Mergulhar
Voar
Voar








cintia thome














.Imagem: Fotógrafo Pedro Moreira-www.olhares.com -Divulgaçao

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