"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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23 de ago. de 2007

NOME,VINHO E PÃO


NOME, VINHO E PÃO


Pai!
Por que me deste nome?
Maria, agonia
Cíntia, ilumina
Por que me deste três lágrimas?
Sorvi doce vinho
Engoli amargo pão
Porque me deste meu pai?
E arrancaste de mim ser filha?
No sorriso
Sorvi doce vinho
Na lágrima
Engoli amargo pão
Porque me deste meu amor?
E arrancaste de mim ser amada?
No sorriso
Sorvi doce vinho
Na lágrima
Engoli amargo pão
Por que me deste meu filho?
E arrancaste de mim ser mãe?
No sorriso
Sorvi doce vinho
Na lágrima
Engoli amargo pão
Por que me deste a vida e a morte?
Por que me deste o sorriso?
Por que me deste a lágrima?
No sorriso
Sorvi doce vinho
Na lágrima
Engoli amargo pão
Para viver Maria da Agonia?
Cíntia, a Iluminada?
No sorriso
Sorvi doce vinho
Na lágrima
Engoli amargo pão
Com sorriso e lágrimas...
Por que vivo?
Pai, eu vivo?
Pai!
Maria Cíntia.
Cíntia Thomé
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