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(Júlio Rodrigues Correia)
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(Júlio Rodrigues Correia)
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5 de set. de 2010
SIRON FRANCO SUA VIDA PELA ARTE E O SOCIAL
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SIRON FRANCO: Muda-se para Goiânia em 1950. Em 1960 estuda pintura com D. J. Oliveira e Cleber Gouvêa, ano em que também é aluno-ouvinte da Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiânia. Entre 1969 e 1971, freqüenta os ateliês de Bernardo Cid e Walter Levy, em São Paulo, integrando o grupo que faz a exposição Surrealismo e Arte Fantástica, na Galeria Seta. Em 1975, com o prêmio viagem ao exterior, reside entre capitais européias e o Brasil. Em 1979, inicia o Projeto Ver-A-Cidade, realizando diversas interferências no espaço urbano de Goiânia. Entre 1985 e 1987, faz direção de arte para documentários de televisão, como Xingu, concebido por Washington Novaes e premiado com medalha de ouro no Festival Internacional de Televisão de Seul.
Siron Franco é um artista muito ligado às questões sociais: quando do acidente com o césio 37, elemento radioativo que causaria grandes danos de saúde a pessoas pobres de Goiânia, o artista pintou série intitulada “Césio”, atuando contra o descaso das autoridades diante do desamparo dos cidadãos. Os povos indígenas também foram tema de um memorial feito por Siron Franco, em respeito e homenagem ao contínuo massacre dessas populações. A devastação da natureza também seria um de seus motivos, denunciando a caça e a matança de animais.
Esses temas seriam desenvolvidos em esquemas inusitados, por vezes instalações, de uma criatividade peculiar ao artista ligado às questões do seu tempo. Por outro lado, o artista possui um domínio técnico que o possibilita o desenvolvimento da própria linguagem artística, ao par de todas as questões sociais e temáticas.
Começou a ganhar a vida fazendo e vendendo retratos. A partir de 1965, decidiu concentrar-se no desenho, seguindo os esboços grotescos e irreais que tinha em mente. Entre 1969 e 1971 residiu em São Paulo integrando o grupo que fez a exposição Surrealismo e Arte Fantástica, na Galeria Seta.
Após ganhar o prêmio Viagem ao Exterior no Salão de Arte Moderna em 1975, viajou pela Europa entre 1976 e 78. Dono de uma técnica impecável dá uma atmosfera dramática a seus quadros com a utilização de tons escuros, cinza e marron. Com mais de 3.000 peças criadas, além de instalações e interferências, teve sua obra representada em mais de uma centena de coletivas em todo o mundo, incluindo os mais importantes salões e bienais.
Cronologia:
1947
Nascia, em 25 de julho desse ano, Gessiron Alves Franco (Siron Franco) em Goiás Velho (antiga capital do estado de Goiás, anteriormente chamada Vila Boa). Foi o mais moço dos dez filhos de Constâncio Altino Franco e Semíramis França Franco.
1950
Em 16 de janeiro, mudou-se para Goiânia, indo residir numa zona de classe média baixa, Bairro Popular. Foi exatamente nessa localidade onde se deu o desastre com o Césio-137, em 1987.
1954
Siron começa seus estudos primários no Grupo Escolar Modelo, onde os professores eram instruídos a ministrar somente o básico: ler e escrever. Assim, aos sete anos de idade, Siron mal sabia as primeiras letras e, tanto quanto podia, escapava das salas de aula.
1957
Aos sete anos, Siron dividia seu tempo entre o pai, a quem ajudava numa padaria onde se achava então empregado, e a mãe, cujos pastéis vendia no estádio de futebol da cidade.
1959
A primeira obra conhecida de Siron data desse ano. Não se sabe ao certo quando Siron começou a ter contato com as artes visuais ou quando passou a demonstrar certo interesse nesta direção. Sabe-se, no entanto, que, em Goiânia, as pessoas de classe média costumavam decorar as paredes de suas casas com reproduções ruins e baratas dos mestres europeus - da Renascença ao Impressionismo. Possivelmente, teriam sido essas reproduções o primeiro contato que teve Siron com as artes visuais. Na casa de seus pais havia, por exemplo, uma reprodução da Última Ceia de Leonardo Da Vinci. Configurando esse fato como sendo o primeiro contato de Siron com as artes visuais, não há como precisar a data em que ele começou a pintar. Nesse ano numa curta viagem de seus pais, Siron pintou a Última Ceia na parede de sua casa.
1960
Nesse ano, Siron passou a trabalhar como “office boy” no Banco da Lavoura. Sua função era entregar a correspondência do Banco.
Nesse perído, Siron passou a freqüentar o Estúdio ao Ar Livre, supervisionado por dois pintores locais, D.J. Oliveira e Cleber Gouvêa. Como lhe faltassem tempo e meios para bancar as aulas de pintura, não teve um envolvimento muito singular com esse estabelecimento. Talvez estivesse lá apenas como observador. Foi nesse local que encontrou, além da grande ajuda dos pintores citados, o pintor Confaloni, o fundador da primeira escola de belas-artes de Goiânia e seu primeiro mentor.
1961
Siron começa a trabalhar numa editora, emprego que lhe permite conseguir uma coisa cara para ele: o papel.
1962/66
Sem emprego fixo e estabilidade financeira, Siron aprendia sozinho a dominar a técnica do desenho e, de forma já não tão autodidata, a da pintura. Seu método se baseava na observação e experimentação. Começou a manter-se como retratista, pintando quadros a óleo, técnica que domina, mas raramente faz uso dela.
Aceitava encomendas como desenhista gráfico e até mesmo qualquer trabalho que surgisse.
1967
Siron pintou a mulher do governador de Goiás. Com esse trabalho, sua reputação de retratista cresceu e expandiu-se até Brasília, onde retratava as figuras da alta sociedade.
Nesse ano, Siron fez sua primeira exposição individual de desenhos, no Hotel Bandeirante. Submeteu três desenhos em nanquim à comissão julgadora da Segunda Bienal da Bahia.
1968
Siron expôs as três obras aceitas na Segunda Bienal da Bahia: Cavalo de Tróia, Fim de Todos e Morte aos Primogênitos. Na noite de abertura, a Bienal inteira foi fechada pelo regime militar e duas de suas obras foram destruídas, sobrevivendo apenas o Cavalo de Tróia que recebeu o Prêmio de Aquisição.
1969
Segunda exposição individual de Siron na Fundação Cultural de Brasília, onde expôs desenhos e pinturas. Nessa fase, Siron começou a pintar temas sacros, em especial Madonas, que era mercadoria muito vendável e aceita nos países latinos. Esses rendimentos permitiam a Siron certa liberdade financeira para desenvolver sua própria obra que, na época, carecia ainda de definição e era invendável.
1970
Em 23 de março, Siron casa-se com Goiaci Milhomen e muda-se para São Paulo.
Aí, trabalhou com Bernardo Cid e Walter Levy. Fez, nessa época, alguns trabalhos que ele denominou “Era das Máquinas”. Conhece O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP).
Participa de uma coletiva integrando o grupo que faria a exposição “Surrealismo e Arte Fantástica” na Galeria Seta de São Paulo, onde apresentou as obras Eros e Tánatos.
1971
Siron volta com sua família para Goiânia. Preparou trinta telas que enviou ao Iate Clube, no Rio de Janeiro, onde faria sua primeira exposição individual naquela cidade.
1972
Exposição individual na Galeria Porta do Sol, em Brasília. Em novembro, ele expôs 42 obras no Iate Clube do Rio de Janeiro. Nessa época as obras de Siron tiveram um grande defensor em Walmir Ayala, escritor e crítico de arte na seção cultural do Jornal do Brasil. Em seu artigo “O Pesadelo Tecnológico”, ele diz: “A cibernética, o sonho tecnológico, são as forças motrizes do maduro surrealismo de Siron, que tem em Bosch e na pintura flamenga como entre Deus e sua criação, a semelhança foi sendo desfocada por este poderoso artista goiano e o Bosch se viu ampliado e sertanejamente interpretado”.
1973
Nova exposição individual de Siron, realizada em dois de agosto na Galeria Guignard, em Porto Alegre.
Em 20 de agosto, Siron inaugura, sozinho, a Galeria Intercontinental no Rio de Janeiro. Abandona o estilo hiper-realismo para pintar figuras isoladas, deformadas, sugerindo fetos, centradas sobre a tela. Nessa exposição surge mais uma figura-chave em sua carreira: o crítico Jayme Maurício, que se tornou o primeiro mentor intelectual de Siron.
Siron foi convidado a participar do Primeiro Salão Global Primavera, em Brasília. Recebeu o Prêmio de Viagem, que consistia de uma permanência de seis meses no México. Seria a primeira vez que deixaria o Brasil.
1974
Siron volta ao Brasil.
Seus trabalhos são admitidos na 12a. Bienal Nacional de São Paulo. Siron saiu vitorioso, entre 145 concorrentes, ganhando o Prêmio no valor de mil dólares, além de ser o melhor pintor do ano e único representante brasileiro na 13. Bienal Internacional de São Paulo.
Participou do 23o. Salão de Arte Moderna no Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, recebendo o Prêmio de Isenção do júri.
Participou ainda de duas exposições coletivas: a de artistas brasileiros, realizada no Museu Nacional de Osaka, no Japão e na da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro.
Apresentou-se sozinho também na Galeria LBP de Goiânia e Petite Galerie no Rio de Janeiro.
Apesar de bem aceito pela imprensa e estar vendendo bem, Siron continuava a pintar madonas e figuras com ar de madonas. Talvez porque com a família sempre crescendo as necessidades também crescessem.
1975
Como estava isento de julgamento, Siron, no mês de maio, apresentou três obras para serem expostas no 24o. Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Museu Nacional de Belas-Artes: A Rainha, O Espelho e O Limite do Sistema. O quadro A Rainha valeu-lhe o Prêmio de Viagem, correspondente a uma estadia de dois anos num país estrangeiro de sua escolha e uma bolsa de quinhentos dólares mensais. Na ocasião, tal Prêmio constituía a mais alta honraria a que poderia almejar um artista brasileiro.
Exposição individual na Galeria Oscar Seráphico, em Brasília. Em novembro foi designado para representar o Brasil na 13a. Bienal Internacional de São Paulo, onde recebeu o Prêmio Internacional da Fundação, no valor de três mil dólares.
Aos 28 anos Siron já havia recebido os mais importantes prêmios do país.
1976
Siron parte para a Europa, tendo voltado diversas vezes ao Brasil para cumprir compromissos profissionais.
Exposição individual no Petite Galerie no Rio de Janeiro.
1977
Siron participou de uma exposição itinerante, intitulada “Brasil e sua arte contemporânea” que percorreu várias embaixadas brasileiras na Europa.
Segunda exposição individual em Goiânia “Siron expõe arte sacra”.
1978
Primeira exposição individual na Galeria Bonino, em agosto. Exposição individual na Galeria Casa Grande, em Goiânia, onde havia exposto apenas desenhos, e outra na Fundação Cultural de Brasília.
1979
Perde os pais, por motivos diferentes, em apenas dois meses.
Siron foi novamente convidado para representar o Brasil na 15.Bienal Internacional de São Paulo, onde o diretor do MASP, Sr. Bardi adquiriu toda a exposição.
Simon realizou ainda duas exposições: uma coletiva, denominada “Figuração Referencial” montada no 11o.Salão de Artes de Belo Horizonte, e outra individual na Galeria Casa Grande, em Goiás.
1980
Em julho, a mostra coletiva itinerante “Hilton painting highligts” começaria por Brasília e viajaria, em seguida, para os Museus de Arte Moderna de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Ganhou o Prêmio de melhor pintor do ano.
Também participou da coletiva “Vinte Pintores Brasileiros” no MASP.
Depois de sua volta da Espanha, o artista declarou que, vivendo no estrangeiro, se sentira estimulado pelas cores. Havia tomado consciência do quanto era colorido o Brasil.
A partir daí a cor começou a ser a forca motriz das obras de Siron.
Da aliança com uma rica e densa imagística resultou a combinação que se tornaria imbatível.
Em novembro, Siron expôs 37 telas, intituladas “Semelhantes”, cujas dimensões eram, para os padrões brasileiros, muito avantajadas. Algumas das obras haviam recebido número e título, outras apenas números. Formava em seu conjunto a série denominada "Semelhantes". Foi considerada por muitos como a melhor exposição já feita por Siron, e, esse foi um momento decisivo na carreira do artista, assinalando a trajetória passada como os caminhos futuros que viria a seguir.
Faz a primeira exposição na Bahia, na Fundação Cultural do Estado, levando essas obras.
1981
Siron é convidado a representar o Brasil na 4a.Bienal de Medelin, na Colômbia, bem como na 5a.Bienal de Valparaiso, no Chile. Tanto para uma como para outra, ele enviou os quadros da série “Semelhantes”.`
Participou de mais quatro exposições coletivas: ”Dez artistas brasileiros”, nos Museus de Arte Moderna de Bogotá e São Paulo; Arte contemporânea latino-americana e japonesa “, no Museu de Arte de Osaka, Japão; "Arte Goiás 19” na Galeria Prestes Maia, São Paulo, e “Pablo, Pablo”, nos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro. Esta última seria para comemorar o centenário de nascimento de Picasso.
Realizou ainda, nesse ano, três exposições individuais: uma na Galeria Ranulpho, em Recife, outra na Galeria Salamandra, em Porto Alegre, e a terceira na Galeria Casa Grande, em Goiânia.
1982
Exposição individual de óleo sobre colagem na Galeria Casa Grande, Goiânia.
Em outubro, exposição individual na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, onde ganhou Prêmio Mário Pedrosa, destinado à melhor exposição do ano.
1983
Duas exposições coletivas: ”Panorama da arte brasileira contemporânea”, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC) e "Artistas brasileiros contemporâneos” no Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro.
Três exposições individuais: Galeria Ranulpho, em Recife, na Bolsa de Arte, em Porto Alegre, e na Ida e Anita Galeria de Arte, em Curitiba.
Participou, junto a outros artistas, do projeto “Arte na Rua”, promovido pelo MAC.
1984
Participou de seis exposições coletivas: “Pintura brasileira atuante” no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
"A cor e o desenho do Brasil”, exposição itinerante que percorreu vários países europeus; “Tradição e ruptura – síntese da arte e cultura brasileiras”, na Fundação da Bienal de São Paulo; “Pequenos formatos”, na Galeria Paulo Figueiredo, em São Paulo; em conjunto com Antonio Henrique Amaral, realizou no National Art Center, em Ottawa.
Recebe o Prêmio de Melhor Obra, na 4a. Bienal Ibero-americana de Auto-retratos, na cidade do México.
Realiza a exposição individual “Os recentes trabalhos de Siron”, na Galeria Paulo Figueiredo.
1985
Participou de cinco exposições coletivas:
“A arte de hoje no Brasil”, no Museu de Arte Contemporânea, em Tóquio. “Expressionismo Brasil – herança e afinidades”, na Bienal Internacional de São Paulo.
Destaques da arte contemporânea brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
“Sete Pintores de arte contemporânea”, na Galeria Portal, de São Paulo.
“Brasilidade e Independência”, no Teatro Nacional de Brasília.
Fez também duas exposições individuais: uma em Salvador, no Escritório de Arte e outra em Maceió, na Karandash Arte Contemporânea.
Embora morando em Goiânia, agora no seu segundo casamento, Siron, aluga casa em São Paulo para temporadas.
Dirige um documentário para a TV, denominado Xingu. O Filme foi premiado com uma medalha de ouro no Festival Mundial de Televisão e exibido na Bienal de Veneza.
1986
Participa da 2a. Bienal de Havana.
Faz três outras exposições coletivas: URBS, na Galeria Montesanti, no Rio de Janeiro; O futebol-arte no Brasil, uma exposição itinerante que partiu de São Paulo e viajou por diversas cidades mexicanas; Primeira exposição de "Arte contemporânea Christian Dior”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro.
Realiza duas exposições individuas: Galeria São Paulo e Galeria Montesanti, ambas em São Paulo.
A comunidade baiana, radicada em Brasília, encomendou a Siron o primeiro monumento público que faria em sua vida. Participa, como diretor artístico, da realização do documentário televisivo Pantanal.
1987
Agora com uma vida financeira bastante equilibrada, muda-se com a família para uma casa recém construída nos arredores de Goiânia, em Buriti Sereno, onde instala seu novo estúdio.
Já referenciado pela imprensa e pelos marchands e diretores de museus, Siron podia dar-se ao luxo de abandonar o circuito Rio-São Paulo e fixar-se no seu habitat predileto que é Goiânia, de onde sai o menos possível.
É convidado a criar cinco mil diferentes placas de cerâmicas, projeto que lhe custou 45 dias de trabalho com toda a equipe, para o proprietário da Cecrisa presentear amigos que participavam de conferência em Brasília.
Participou de duas grandes exposições coletivas:
“A arte do fantástico”, em Indianápolis Museum of Art, que seria levada para o The Queens Museum, em Nova York e Center for Fine Arts, em Miami, e
"A arte brasileira do século XX”, no Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris que se encerrou, no ano seguinte, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Montesanti promoveu a mostra coletiva “São Paulo-Rio-Paris”, no Rio e São Paulo em sua galeria e, em Paris, na Galerie 1900-2000.
Siron ainda participou das exposições: “Mostra Coletiva de artistas brasileiros” na Galeria Performance, no Rio de Janeiro; “Doze artistas brasileiros”, na Galeria Anarte em Salvador e “Levante Centro-Oeste”.
Em novembro, presenciamos em Goiânia, o divulgadíssimo acidente do césio-137. Movido pelas terríveis cenas que deve ter presenciado durante o caos e pela profunda afinidade que sempre teve com a terra natal e seus aspectos naturais, Siron produziu o seu mais valioso trabalho, a “Série Césio”. Foram 23 quadros pintados com terra de Goiânia, tinta automotiva prateada e tinta fosforescente azul. Daí surgiu a exposição “Goiânia, Rua 57” realizada na Galeria Montesanti, em São Paulo.
Ainda nesse ano, Siron participa de mais duas exposições/mostras coletivas itinerantes: "Os ritmos e as formas – arte brasileira contemporânea”, que saiu de São Paulo direto para o Charlottenborg Exhibi-tion Hall, em Copenhague, e “Brasil Já” que estreou no Morsbroich Museum, em Leverkusen. A exposição foi levada depois para Landergirokasse Gallery, em Stuttgart e depois para o Sprengel Museum, em Hannover.
Siron também expôs na Galerie Inger Baecker, em Colonia, com o nome de “Siron Goiânia Brasil”.
Em São Paulo, participou da exposição na nova Galeria Companhia das Artes, com “Siron Franco – pinturas e desenhos de 1975-1984”.
1989
Participou de três exposições coletivas:
“O surrealismo no Brasil”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
“Goiás: um regard sur lárt contemprain du Brézil”, em Dijon e
“Introspective Contemporary Art by Americans and Brazilians of African Descent”, no California Afro-American Museum, em Los Angeles.
Participou da 20o.Bienal Internacional de São Paulo, levando o mesmo conteúdo para a exposição individual no Subdistrito Comercial de Arte, em São Paulo.
1990
Participou de cinco exposições coletivas:
“Místicos, sagrados e profanos”, na Galeria Ranulpho, em Recife.
“Figuras e Fábulas – 75 anos de arte na América Latina”, em Caracas;
“Chicano e Latino”, na Daniel Saxon Galley, em Los Angeles;
“Latin Art 90”, na Anita Shapolsky, Nova York.;
“Exposições de arte contemporânea Brasil-Japão”, no MOA, em Tóquio, e no MASP em São Paulo.
Nessa fase, Siron entregou-se a um tipo de trabalho totalmente diferente. O motivo das peles, que timidamente começara a aparecer no começo dos anos 80, agora domina as telas completamente. Era como se um detalhe da pintura fosse mostrado em zum. Peles, pelúcias de vários tipos, pedaços de carne combinavam-se para criar um padrão quase abstrato, ou as “peles”, como geralmente é designado.
Em 21 de Junho, na Galeria Montesanti, em São Paulo, aconteceu a exposição cujo título foi “Peles – pinturas recentes”.
Nesse ano, no Dia da Criança, Siron produziu seu trabalho mais emocionante, no gênero: denunciando, de maneira sutil, o alto índice de mortalidade infantil do país, ele plantou mil e vinte caixões infantis, pintados de verde, amarelo e azul, reproduzindo a bandeira do Brasil, em plena Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
991
Em maio desse ano, Siron foi convidado pelo SESCPompéia em São Paulo, a fazer uma instalação e ele juntou dois tópicos controversos: a rápida destruição ecológica no Brasil e a corrida do ouro rumo a Serra Pelada. A instalação recebeu o nome de “À flor da Terra” e ocupava um espaço de 920 m2.
Nesse ano Siron participou de cinco exposições coletivas. “Viva Brasil Viva”, em Estocolmo.
“Siron, Reynaldo e Scliar” na Galeria Ranulpho, em São Paulo.
“Perspective on the Present – Contemporary Painting of Latin American and the Caribbean” no Nagoya City Art Musem, em Nagoya.
“Latin American Spectrum”, na Elite Fine Arts Gallery, em Coral Gales, EUA.
Fez três exposições individuais:
“Noites Brasileiras”, em Campo Grande.
“Siron Franco – Recent Paintings”, na Elite Fine Arts Gallery, em Coral Gables.
“Rua 57”, na Agência de Arte em Porto Alegre.
1992
Siron criou o monumento às Nações Indígenas, doando-a à Fundação Xapuri.
Participação do artista em sete exposições coletivas: “Imaquinaciones – dieciseis miradas al 92”, México, Nova York e Madrid e várias cidades do Brasil.
“Selbstendeckung”, na Zurich Kunsthaus;
“Eco Arte 92”, Museu de Arte Moderna do Rio Janeiro;
“Chicano e Latino”, Kimberly Gallery, Washington;
“L’art Latin” durante o festival de Biarritz,
“Cross Culture Currents in Contemporary Latin American Art”, em Londres.
Durante o segundo semestre, Siron realizou três exposições individuais:
No Elite Fine Arts, em Coral Gables, nas Elms Lesters Painting Rooms, em Londres e “Goiânia Rua 57”, na OEA, em Buenos Aires e Galeria Gazeta Mercantil em Brasília.
1993
Participou de duas exposições coletivas: “Searching for self-identity”, na University of Essex Art Gallery e “A árvore de cada um”, na Galeria Montesanti, em São Paulo.
Em agosto fez uma mostra individual na Gaymu Inter Art Galerie, em Paris e, em dezembro, para o Dia Internacional da AIDS, Siron criou um rosário de 80 metros de comprimento, que foi carregado em procissão por um numeroso grupo de pessoas pelo centro de Goiânia.
1994
Participação em oito exposições coletivas:
“Cem anos de arte brasileira”, no Museu de Belas-Artes, no Rio de Janeiro.
“Vida e arte do circo”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
“Arte Latinoamericano de los Noventa”, no Art and Culture Center of Hollywood “.
“Bienal Brasil Século XX”, na Fundação da Bienal de São Paulo.
“América” no MASP, São Paulo.
“Os novos viajantes”, no SESCPompéia, São Paulo.
“Paisagens”, na Galeria São Paulo.
Em julho, o artista foi convidado para participar do prêmio MARCO, no Monterrey Museum of Contemporary Art. A obra enviada, um políptico intitulado Marcas na tela, passou a fazer parte do acervo do museu.
Além dessas, realizou três exposições individuais: em maio, na Durini Gallery, em Londres. Em outubro e dezembro “Siron Franco – pinturas recentes”, montadas na Bolsa de Artes em Porto Alegre e na Elite Fine Arts, em Coral Gables, respectivamente.
1995
Siron participa das seguintes coletivas:
Rio Mystères et Frontières – Musée de Puly – Suíça e também no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro e no Salão Preto e Branco do Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro.
Destacam-se as seguintes exposições individuais:
Via Sacra – BRB Galeria em Brasília.
Objetos Mágicos – exposição itinerante, Museu de Arte de São Paulo, São Paulo.
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
Galeria Marina Potrich em Goiânia.
ARIA, Recife.
Palácio do Itamarati, Brasília.
1996
Siron participa de exposições individuais, tais como “Pinturas Recentes”, no Escritório de Arte da Bahia, Salvador.
“Embalagens e Objetos Mágicos” na Fundação Banco Patrícios, Buenos Ayres, Argentina.
Siron participa das seguintes coletivas:
“UECLAA Highlights”, no Bolivar Hall, Londres.
Arte Brasileira Contemporânea, Brasilianische Kunst der Gegenwart – exposição comemorativa dos 100 anos da Bayer – Leverkusen, Alemanha e Dormagen também na Alemanha.
Museu de Arte Moderna, São Paulo.
Utopia, Casa das Rosas, São Paulo.
10 Artistas Brasileiros, Museu de Arte Contemporânea do Chile, Chile.
“Off Biennial”, Museu da Escultura Brasileira, São Paulo.
1997
Siron faz exposições individuais em Belo Horizonte, na Galeria de Arte Manoel Macedo, “Curtume” e “Instalação dos 7 Ministérios”, MUBE, Salvador, Bahia.
1998
O artista apresenta exposições individuais em Curitiba, com “Visões” na Simões de Assis Galeria de Arte.
“Siron Franco – Pinturas dos 70 aos 90, Retrospectiva”, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e Pinacoteca do Estado (Pavilhão Manoel da Nóbrega, Parque Ibirapuera), São Paulo.
1999
Este foi um ano de muito trabalho e muitas exposições.
Fez a Coletiva “A Resacralização da Arte” – SESCPompéia em São Paulo.
As individuais: “Siron Franco: Mostra Retrospectiva MARGS”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, em Porto Alegre.
“A vida Bate – Pinturas sobre papel”, Museu da Escultura Brasileira MUBE, São Paulo.
“Pinturas Recentes”, Bolsa de Arte, Porto Alegre.
Instalação “Salvai Nossas Almas”, 2800 roupas manchadas de sangue sobre lona, reproduzindo uma folha de jornal gigantesca, com ampliações de notícias verídicas veiculadas pela imprensa (de 95 a 99), denunciando a violência contra mulheres e crimes de pedofilia, na Esplanada dos Ministérios, Brasília.
2000
Participa do maior evento cultural do país, Mostra do Redescobrimento, com a exposição “Brasil 500 anos”, Fundação Bienal, Pavilhão Bienal de São Paulo.
Além desse trabalho magnífico, apresenta exposições individuais, como:
“Casulos” no Foyer do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília.
“Cocoons” Ims Lesters Rooms, em Londres, Inglaterra.
“Siron 800 vezes – Cerâmicas”, no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
“A vida Bate” – Pinturas sobre papel – Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Goiânia, levada também para Porto Alegre, no Centro Cultural APLUB.
Série “O que vi pela TV” no Elite Fine Art em Coral Gables, EUA.
2001
Participa da exposição coletiva “Itinerância da Mostra do Redescobrimento” pelo Brasil e exterior.
Apesar do excesso de trabalho, expõe, ainda, individualmente:
“Vestígios – Série Césio”, (Camas – objetos escultóricos). Fundação Jayme Câmara em Goiânia.
“Casulos”, Centro Cultural APLUB, em Porto Alegre.
Galeria Nara Roesler em São Paulo.
Capela do Solar do Unhão, Salvador.
“Siron Cerâmicas” (placas esmaltadas). Foyer do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília.
2002
Participa de várias exposições individuais:
Instalação “Intolerância”, no Memorial da Liberdade, em São Paulo.
“Desenhos Siron Franco” Galeria Paulo Darzé, Salvador.
PRINCIPAIS PRÊMIOS:
2002
Prêmio Mário Pedrosa – Artista Contemporâneo do ano 2000 – ABCA, Brasil.
1987
Prêmio Lei Sarney, Rio Grande do Sul, Brasil.
1984
IV Bienal Ibero-Americana de Auto-Retrato – Cidade do México, México.
1982
Prêmio – Melhor Exposição do Ano – Rio de Janeiro, Brasil.
1980
Prêmio Mário Pedrosa – Melhor Exposição do Ano – ABCA, Brasil.
Prêmio Dez Artistas da Década Hilton – São Paulo – Brasil.
1975
Prêmio Internacional de Arte na XII Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo, Brasil.
Prêmio Viagem ao Exterior no XXIV Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, Brasil.
1974
Prêmio Melhor Pintor Brasileiro na XII Bienal Nacional de São Paulo, São Paulo, Brasil.
Prêmio de Isenção de Júri no XXIII Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil.
1973
Prêmio Viagem ao México no I Salão Global da Primavera, Brasília, Brasil.
1968
Prêmio na II Bienal de Salvador, Salvador, Bahia.
Extraído do Site Oficial de Siron Franco
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