"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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9 de set. de 2010

POEMA DE FERREIRA GULLAR PARA SIRON FRANCO

AZUL E NEGRO





AZUL E NEGRO



Ver é delírio.
Como dizê-lo?

O azul é noite
o azul é morte.
Como sabê-lo?

O azul é negro
no seu cabelo.

Ver é delírio.
Bastasse vê-lo
o azul é negro
ardendo aceso
no seu carvão.

Ver
pode ser
azulcinação.

Ferreira Gullar

Poema de Ferreira Gullar à pintura de Siron Franco



Fotos: Obras de Siron Franco

EXPOSIÇÃO 'SEGREDOS' DE SIRON FRANCO ABRE AMANHÃ, DIA 10/09 NA VITRINE CAIXA CULTURAL CONJUNTO NACIONAL AV PAULISTA, SP

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