"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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4 de out. de 2010

onde tudo se congela


Quando não há primavera
uma mais para ser dita
onde tudo se congela
onde se espreme flor
e de lá a saudade se apresenta
e a mesa, em meus olhos,
é a própria avenida
já gasta e percorrida
onde tudo se congela
até os molhados versos
que faço a você
são alimento frio

cíntia thome




















Imagem: Tela de Antonio Henrique Amaral

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