"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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28 de abr. de 2010

você, nuvem fumaça




Faço-te nuvem, assim tão cinzenta
Faço-te tão macia, às vezes,como a lótus
Faço-te densa e tempestiva
Nunca te faço sombra
Não é agasalho para o que me arde
Faço-te chuva, temporal
Faço-te choro nas noites
Faço-te lençol que orvalha
Quando olho a lua atemporal
E te vejo atravessar como espada
sinto a dor da lua
Possuída por ti
tão parada, indefesa, pálida
Tal qual você em mim
Seguindo como fumaça
sem rota
Ao sopro sem razão

Cíntia Thomé

2009

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Inmagem: Cíntia Thomé - 'Campinas' @direitos autorais

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