"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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23 de fev. de 2010

LUZ DOS OUTONOS AINDA QUE SÉPIAS



Descontrole das folhas
Nas inexistentes estações
Perdidas paixões
sem hora, sem datas
Clareiam peles frias

Resvala o vento
Nas europas inteiras
De mim
De ninguém
Hiatos foram as perdas

Vivos
São corações
Em meu coração
Vestido em cor
Em core
Esfregado

A luz dos outonos
Aparece comigo
Junto a mim
Para onde eu for
Arrasto minhas
Malas cheias

Ninguém morre
Sequer um amigo
Apenas adormece
Nos exaustos dias


Carrego fotos vadias
Nas viagens
Nas linhas
Do horizonte
Dos óculos escuros
Imagens puídas
agonizantes sépias...

Sustento
Seguro o corpo
Novos caminhos
Meu propósito
A busca
Eu começo
sem fim

Cíntia Thomé






Foto: Womens Details, Ralph Lauren - site http://thesartorialist.blogspot.com
- divulgação.


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