"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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21 de fev. de 2010

CORPO FEBRIL


Foto Quirino

CORPO FEBRIL


Nas antessalas vivo
Com as minhas mãos protejo
o invisível
Escondo todas as salas
Que andastes dentro de mim
O invasor que fura as paredes
Pendura teu rosto sorridente
Em todas as telas de meu olho
Assim extravasa
A minha lágrima
Uma torneira num canto
Sozinha jorra
Pregos circulam meu corpo
Quente
E em febre carente
De mais
um fim
de
Verão



Cíntia Thomé






Foto Olhares autoria Quirino - apenas divulgação

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