"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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27 de abr. de 2009

Quando Cintia Chorou II





Cíntia menina, Maria Mulher
-Uma Flor Branca na Barca-


Cíntia, Mulher menina, Mãe filha
Veio doce dolorosa Maria também
Veio como uma flor
Pousada numa barca-branca
Luzia pela lágrima que surgia no centro
Cíntia Maria Maria Cíntia
Fragilidade e força
Tinha os olhos espelhos
Onde todo fotógrafo se curvava
Tinha as palavras na boca
Onde o verso se rendia
Tinha muito mais, um coração de alva
Cuja vestimenta de pano branco
Rendia-se a oração em momentos de sacrifício
Maria de mãos erguidas orava
Cíntia de mãos pousadas recebia
E a todos encantava com seu carisma.
Na barca branca e flor
Olhar e ler Maria era atravessar o dilúculo
E em nós despontava o magistério do seu brilho
Mais que lágrimas, vinha o sorriso amadurecido
De quem olha com saber
De quem atravessou águas abismais
E nunca ficou dependurada
Seguiu o caminho do Louco
A carta que inicia qualquer baralho
Para depois regressa sábia
E olhar-nos com olhos de Mãe, Mulher...

Aninha Fernandez
2005
,Portugal, Lisboa










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2005 NãosouEuéaOutra

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