"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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24 de abr. de 2009

Heras ... Eras


Faço um mapa, direção
Trilhas, sulcos
com mãos de buril
Picadas, veios, aluvião
Edificações de seixos
Mato, lírios do campo
Um vaso de barro
Sobre a janela
Na casa rosada
se heras
Circundando
Fora de mim

Um pé de maracujá
No telhado do gato
Uma manjerona doce
Uma desgastada soleira
Desenho asas, invasores
Pássaros ciscando pão
sem perfume das heras
Pois já eras

A beira do rio
Salpico lágrimas,
Uma chuva sem dó
Sem ver como dantes
Refletidas heras e cipós
Meus Narcisos
ou Infantes
Morando
Dentro de mim












imagem: NãosouEuéaOutra- Olhares

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