"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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3 de fev. de 2009

FRESCAS MAÇÃS




FRESCAS MAÇÃS
( Infância )
cintia thome

Onde estarão os pequeninos?
Com seus sapatos engraxados, camisas alvas,
nas manhãs brilhantes, no pátio do colégio?
os infantes, na roda de brincar, cantando a vida,
eu ao centro
à escolha de um par,
a alegria de ser menina
para girarmos um mundo de frescas maçãs,
ciranda da inocência
infância, amor.

Onde estarão os pequeninos?
Talvez nas rodas lentas da cidade, sem par,
Com alvas camisas e sapatos engraxados...
Venham à minha memória,
mesmo que seja lenta, um a um!
Possa eu sorrir à frente de cada solitário rosto
sentir o gosto das maçãs
maçãs-do-amor
um inocente sabor
a caminhar menina em saltos altos
Sozinha, uma saudade
celebrar com todos a vida...
a minha vida... nossas vidas!
Com direito às maçãs, ainda que mordidas...

Onde estarão os pequeninos?



Cíntia Thomé


Imagem- ricardo miguel barreto rocha- Olhares

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