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(Júlio Rodrigues Correia)
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(Júlio Rodrigues Correia)
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26 de jan. de 2011
restos íntegros
o meu medo era tão grande, gigante
que parecia eu menina
pequena, pequenina
do medo, medo, medo
de roubarem o restos dos restos
de minha alma
não era rótulo
não era descartado
mas era sobra, sobra
sim, sim importante, relevante
que poderia ter ido adiante
ainda que fosse no crepúsculo
mas com a capacidade das coisas pequenas
dentro de nossos frágeis músculos
voltar ao sol e corar, corolar...lar
crescer só em lua crescente, em sol do meio dia
do meio do caminho da vida
poderia ter sido... Poderia
a mão perturbada, louca esmagou
o era, o foi e o seria
e eu perdida, perdida
nesse amor, mais que sôfrego
mas único, único
integro amor
absoluto
mas corte profundo, profundo
de meu medo, de teu medo
a tristeza chorou... sangrou
fugi, fugi...deram-me como morta
quis morrer, morrer
apaguei nomes, fotografias, números
fechei a porta, andei na outra calçada
não parei nas esquinas,
mudei a cidade, fechei as cortinas
morri...morri...
mas na volta sonhando
ainda que morta sobrevivi
sinto, sinto...
no soslaio entre
luas e sois, no ostracismo
quase sísmico, mas não cínico
na coragem de continuar amar
nesse resto tão único, único...
e ser só
no teu silencio tão único, único
sem medo, sem medo...
Cíntia Thomé
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