"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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27 de nov. de 2010

O CORPO CAI





O CORPO CAI


As uvas amadureceram
Caíram como muros de Berlin
Como torres nada gêmeas
Uma só, de Babel
Aos pés
O podre do cinismo da vida
Desmorona pequena alma
Desmancha laço, abraço
Mas enforca...
Pés paralisados
Última lança à chance
Corta o ínfimo orgulho
A luz apaga
Sufoca
no fim dos túneis
nas veias
Ribalta assassina
Morre bailarina
No ato último
No horror
Na dor
Dor.


Cíntia Thomé










10/11/2008 às 03h 15min



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