"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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31 de out. de 2010





Eu não sei o que você pode ser
Eu não sei o que você espera
Procuro sempre te conhecer
E seu silêncio perturba meu silêncio
Eu não sei da onde vem a mentira
É de tua voz que se cala
Os mundos onde, contudo eu mergulho
São como um túnel que me assusta
De sua distância em relação à mim
Se perde sempre
E procurar te entender
É como correr depois do vento
Eu não sei por que eu fico
Em um mar onde eu me afogo
Eu não sei por que eu fico
em um ar que me sufoca
Você é o sangue do meu corte
Você é o fogo da minha queimadura
Você é minha pergunta sem resposta
Meu grito mudo e meu silêncio...







Je ne sais pas qui tu peux être
Je ne sais pas qui tu espères
Je cherche toujours à te connaître
Et ton silence trouble mon silence
Je ne sais pas d'où vient le mensonge
Est-ce de ta voix qui se tait
Les mondes où malgré moi je plonge
Sont comme un tunnel qui m'effraie
De ta distance à la mienne
On se perd bien trop souvent
Et chercher à te comprendre
C'est courir après le vent
Je ne sais pas pourquoi je reste
Dans une mer où je me noie
Je ne sais pas pourquoi je reste
Dans un air qui m'étouffera
Tu es le sang de ma blessure
Tu es le feu de ma brûlure
Tu es ma question sans réponse
Mon cri muet et mon silence.






Foto imagem: @deCíntia Thomé

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