"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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13 de ago. de 2010

idas... ias... ia...


Sim, sim era amor de todo esse mundo
Um resplendecer de uma vida já tão sofrida
Tanta carne mordida, tanto sangue do copo dessa vida
Tanta maldade incontida, desvalida
Pensei que podia crescer de novo
Num novo dia, dentro desse sol que ardia
esse amor, que alegria
Que coisa boa, coisa flor que crescia
Ao telefone tua voz a noite descia
não falava de nós tantas outras línguas
era você uma enorme mentira
Que dizia, dizia... Que ia.. ia...
Não me queria e partia
Negando-me toda poesia...
Meus joelhos você quebrou
Joguei-me no inferno que também doia
Arranhei o chão, esse fogo do coração
Ah Amor que dor de toda areia, poeira e terra
Você não devia, não devia não
Comigo? Comigo um tamanho tão
Pra mim, pra mim tão assim
Ah você fazia assim uma realidade que mentia
Um engano que também erra, assim eu queria
Hoje caminho sem pés e ferida
Caminho com as bobas mãos vazias
Pensando quando de novo toquei teu rosto
E tudo valia... valia...harmonia...
E você me deu o chão a arrastar meus dias
A rua, um rio, um mar de perdida
Sim, sim é a dor de todo esse mundo
Numa última gota de sangue do copo dessa vida...



Cíntia Thomé


2008















Imagem @Cíntia Thomé - direitos autorais - 'labirintos e caminhos'

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