"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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19 de ago. de 2010

perdido nas cidades...


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Não escarmente mais os sentidos
Retire as crustas, tantas dobras soltas
As páginas de sal de tua vida
As falsas escamas
Lave a alma
A essência sábia de parar
Dos que não se vendem,
Não fique a deriva
Pesca fácil e falha
Dos invisíveis monstros do mar
Sereias e mavioso cântico
Morrendo pela boca
Reborde o caminho
com as estrelas
que degustaste outrora
guelras são asas
naqueles que são anjos
e se afundam no mar do mundo
na lama profunda das cidades
do sofrimento
Volte à doçura, solte-se
Como livro bom que tem asas
Tem sonhos escondidos
liberte-se! Voe...
a saudade espera
tem endereço seguro
em meu porto



Cíntia Thomé


(exercícios no mar...)


Foto: autoria Cíntia Thomé
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