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(Júlio Rodrigues Correia)
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(Júlio Rodrigues Correia)
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4 de ago. de 2010
CANÇÃO DE LUZ
Flow(er) Me
Flow(er) Me
Flow(er) Me
CANÇÃO DE LUZ
Vem, resgata o tempo
Coloca a mão em meu ventre
Expurguei você na tristeza
Por direito de adormecer em esquecimento
Para os cavalos das posses transitórias
Passarem, passarem... Queimados estão
Estarão aos gritos em pecado animal
guerras do próprio mal
Aproxime-se cheio de sangue
Com a mesma cara de feto, o início
Do olho no olho, Amor
Da mesma cor tão vermelha
Venha à terra que chegaste
Como primeiro viajante
Não a poeira que te comeu os pés
a cruel e vã centelha
Ressurja verde com seus lírios
Seu sorriso branco cheio da inocência
Entre seus olhos pequenos
O terceiro olho que rege o destino
Sua brisa moldando meu rosto risonho
Amor como quiser chegue
Reparta o coração desse peito
Latejante, soluço da alma
Suje de sangue, sangre derrame
A entrada da vida... de todas as coxas
Rasgue em gozos fálicos
Tudo que assim sou feita
Entre as chorosas gotas
Do suor de uma vida plena conduzida
E tantas idas, a uma seca ferida
Deixe queimar, morrer seus garfos
Que te feriram e que vieram a ferir-te
Não há mais poda, nem navalha suicida
O passado foi ilusão canalha, falha
O poder da soberba desvairado oxida
Há o jogo das flores aqui
Dentro da seiva líquida,
das veias encharcadas de mar
dentro de mim, descuidado jardim
Ao relento, ao suave vento
De minha pele na sua, o amar
Roce a minha rama à sua asa
Dê arrepios, dance em mim
Mate todas as desgraças que tens
Venha à graça, a revolução
A manifestação do encontro sem palavra
Aquela canção de luz sem fim, evolução
Quando voas farfalhando suas asas
No céu de todas as minhas bocas
Assim seria o direito, a plenitude
De meu corpo, essa cidade
Cansada, caiada de fantasmas
Explodindo jardins azuis em régia flor
à quase face fria, uma parede d’água
Da lágrima amiúde
Rompa os meus e seus muros
Traga delírios, rebrotem lírios assim
Só nossos círios da paz
Da verdade humana, flamantes urros
Da verdade sem condenação
De existir sem nada atrás
Sem a lambida fúria serpenteando
A maldade torpe
E nossos corpos em chamas
Transmutando desejo
O Amor maior, nossa cama
sem nada atrás
Só nossos círios da paz
E a dança...
e tudo que é mais
Cíntia Thomé
2009
...Há o jogo das flores aqui
Dentro da seiva líquida,
das veias encharcadas de mar
dentro de mim...
Flow(er) Me
Flow(er) Me
Flow(er) Me
______________________________________________________________________
Não posso adiar para outro século
a minha vida nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa in 'Adiar'(POETA PORTUGUES)
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