"A profundeza abissal da palavra declamada
ecoa nítida na linguagem abstrata
das mãos (gestos prontos),
e o atrito dos dias confunde as cicatrizes do tempo,
derramado sobre a mesa o poema
ignora nas pálpebras o pesadelo do sonho"

(Júlio Rodrigues Correia)





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7 de jun. de 2010

VERSOS E VERSOS SEMPRE NOS VERSOS...


A luz transpassa o azul marinho
Há um defloramento sem dor
Um estupro no pensar em amor
Uma mesmice de olhar pelas paredes
Escorrendo menstruadas as horas
Até amanhecer

Tudo debruçado na janela
Numa paisagem quieta, estranha
Ardendo-me silenciosa as entranhas
Esperas ressonantes
A um pássaro azul posar
Em joelhos implorar migalhas
A esse amor abandonado...'




(Cíntia Thomé)












Imagem: @Cíntia Thomé direitos autorais - Série 'Rita'.

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