"
.. Daquele querer por querer
Anoiteceremos
Ao marfim dos dias
De amor ".por amor."
Cintia Thomé
Maria Cintia Thomé Teixeira Pinto
...
"
.. Daquele querer por querer
Anoiteceremos
Ao marfim dos dias
De amor ".por amor."
Cintia Thomé
Maria Cintia Thomé Teixeira Pinto
...
soltos, revoltos vão as cavernas
os labirintos das veias, as artérias do ontem, dos séculos
voam a chibatadas do vento
num sopro de velas mal comidas
no frio do ventre sem espumas de amor
quebram parafinas das intermináveis novenas
e agora? nunca!
Devolva a Terra o meu sangue
perdido no tempo da promessa
das ilusões sentimentos nobres, das bocas articuladas
cuspindo fétidos perfumes, mau hálito das ervas
sonhos decompostos deste sorrateiro ser
fantasma dos meus passados
a agulha, seu dente que feriu-me
boba, quase adolescente, em rouge pálido
sangrou corpo e o apaguei na memória
vieste a lembrança das antigas mágoas
como água vi meus olhos rasos
impedi a verdadeira estória
na solicitude de reflorescência honrosa,
sem vírgulas e pontos
em caixas de pandora, em laços já desfeitos?
corre vazio de agora a dúvida sem sabê-la
sem começo vai leve como folha quebrada
desmaiada desintegra quase pó
por que já a hora aproxima-se
e leva a docilidade de mim
sem que fizeste estancar a ferida
no incerto, no duvidoso não tenhas feito nada
só ilusões e mentiras
você vocifera no canto desse coração
por que não pronunciei palavras
de culpa para ver nossas asas livres
então indague, não tenho respostas
leva ao firmamento em seu pensamento
é tudo que resta, restou até o completo desaparecimento
é a estrela que brilha ao miolo das flores
no talo alto que ali lamento, das rosas dos ventos...
dos ventos, dos ventos
Cintia Thomé
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